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Ascensão rápida e dedicação à área de RH

Patrícia Bispo

Com apenas cinco anos de atuação em uma multinacional, ela tem uma
trajetória que muitos profissionais sonham e levam muito mais tempo para
conquistar.
Iniciou suas atividades como estagiária em 2002 e, em novembro de 2007,
assumiu a gerência de Recursos Humanos da Honeywell Turbo Technologies,
tornando-se responsável por duas plantas, ambas localizadas em São Paulo,
sendo uma em Guarulhos, onde a empresa fabrica sistemas de turboalimentação
de motores, e a outra em Sorocaba e que produz pastilhas de freios Bendix. O
nome dessa profissional de Recursos Humanos é Sandra Barbosa.
Com pós-graduação em Recursos Humanos pela FAAP (Fundação Álvares Penteado),
é formada em administração de empresas pela Universidade São Judas e
certificada como green belt. O Grupo Honeywell está dividido em quatro
negócios diferentes: aeroespacial, sistema de transportes, materiais
especiais e sistemas automáticos de controles. A empresa está presente em 95
países e 446 localidades. A companhia conta com aproximadamente 15 mil
funcionários em 19 países; está classificada em 42º na Automotive News –
Lista dos Principais 150 Fornecedores e recebeu três prêmios Premier
Achievement em 2004. Para a divisão de tubos Garrett, tem como principais
clientes: International, Scania, Volvo, Iveco, Perkins e Daimler Chrysler.
“Na minha gestão, quero deixar a marcar de uma pessoa que trabalhou com
respeito e integridade, buscando encontrar o que tem de melhor em cada
pessoa”, afirma com muita empolgação e determinação. Sandra Barbosa
certamente é o exemplo de uma RH que apaixonada pelo seu trabalho e vê
expectativas positivas para que a área de RH torne-se parceiro estratégico
do negócio. Confira a entrevista na íntegra e aproveite a leitura!
RH.COM.BR – Como a Sra. ingressou na área de Recursos Humanos?
Sandra Barbosa – No início da minha carreira, já trabalhava na Honeywell
como analista de negócios, quando surgiu uma oportunidade para atuar em
Recursos Humanos. Foi, então, que fiz uma graduação em Administração com
ênfase em finanças, pois meu objetivo de carreira era trabalhar na área
financeira. Porém, a minha antiga gestora de RH fez meus olhos brilharem,
como ela mesma dizia, quando surgiu esta oportunidade para atuar em RH.
Minha antiga gestora, Poliana Conti, ajudou-me a descobrir o que realmente
movia a minha carreira: a preocupação pelas pessoas e pelo desenvolvimento
dos profissionais. Foi com este objetivo que ingressei na área e me
apaixonei.
RH – A Sra. mencionou que se apaixonou por Recursos Humanos. O que despertou
seu interesse para atuar na área de forma tão intensa?
Sandra Barbosa – A possibilidade de ajudar e estimular o desenvolvimento das
pessoas e vê-las crescerem e progredirem é algo que me encanta. É muito
gratificante acompanhar o crescimento dos profissionais e ver que é possível
contribuir e fazer a diferença em cada pessoa e, conseqüente, na
organização.
RH – Atuar na área de RH é realmente gratificante?
Sandra Barbosa – Sim, é gratificante e ao mesmo tempo apaixonante. Trabalhar
em Recursos Humanos é educar constantemente, é ter a oportunidade de ensinar
todos os dias e assim ajudar a descobrir em cada pessoa os que as motiva,
por meio de seus valores com alinhamento aos valores individuais e
organizacionais.
RH – Quais foram os desafios que a Sra. enfrentou no início da carreira de
RH e quais as estratégias usadas para vencer essas barreiras?
Sandra Barbosa – Ainda estou no início da minha carreira, sou jovem. E
confesso: tenho muita coisa para aprender. Sou humilde para falar quando não
sei algo e sempre procuro ajuda com as pessoas mais experientes. Assim
consigo fazer um bom equilibro entre o meu conhecimento da empresa e a
experiência de outras pessoas. Para isso, conhecer outras pessoas que atuam
e têm experiência na área de Recursos Humanos é fundamental. Outro fator
muito importante na minha carreira, sem dúvida alguma é conhecer o negócio
da Honeywell.
RH – Sua trajetória na Honeywell é interessante, pois em apenas cinco anos
de organização a Sra. assumiu a função de estagiária e hoje atua como
gerente de RH. Como tudo isso ocorreu em tão curto espaço de tempo?
Sandra Barbosa – Considero a Honeywell é uma grande escola. Temos na empresa
ferramentas de altas e modernas tecnologias, muita exposição internacional,
oportunidades de aprendizado na prática, investimentos em carreira e
possibilidade de trocar informações com pares que atuam em outros países.
Como a estrutura é lean, temos a possibilidade de trabalhar com vários
sistemas simultaneamente. Por exemplo, iniciei minha trajetória como
estagiária na diretoria, com a implementação de um sistema de métricas
comecei a cuidar dos indicadores da empresa e foi quando passei a atuar como
analista de negócios. Nesta época, conheci várias áreas da organização, pois
buscava ir muito além do que reportar indicadores e sim entender como esses
eram calculados, qual a importância deles para a organização, quais eram as
estratégias e os planos de ação para manter os indicadores dentro da meta.
Participava das reuniões de validação e formulação dos planos de ações. Na
realidade, o ambiente na empresa possibilita troca de informação e de
aprendizado, pois sempre encontrei pessoas dispostas a me ensinar e assim
pude aprender rapidamente. Em seguida, fui promovida para o cargo de
analista de RH, onde sempre recebi muitos desafios. Isso possibilitou a
oportunidade passar por vários sistemas de Recursos Humanos através da
execução de projetos. Pude entregar bons resultados e trabalhar muito
próxima dos meus clientes internos.
RH – Aceitar o convite para ser gerente de RH de uma multinacional não a
deixou apreensiva?
Sandra Barbosa – Sim, no começo fiquei um pouco apreensiva. O que me ajudou
a superar a apreensão inicial foi o conhecimento da empresa e o suporte de
todos os funcionários. Foi muito bom perceber o quanto as pessoas
valorizaram a minha promoção.
RH – Quais os seus planos para a política de Gestão de Pessoas da
organização?
Sandra Barbosa – O trabalho de Gestão de Pessoas não é só de
responsabilidade do profissional de Recursos Humanos. O grande parceiro da
área é o time de liderança. No nosso modelo de RH, trabalhamos com os
conceitos de HR Business Partner – RH Parceiro de Negócio – e HR
Specialist – Especialistas de RH. Neste modelo, o líder é o grande
responsável pela gestão da equipe que por meio do suporte de RH consegue
alavancar o potencial do seu capital humano. Para isso, temos programas de
desenvolvimento de liderança focados em preparar nossos líderes a atuarem
neste modelo que é essencial para o crescimento da empresa.
RH – Na sua gestão a Sra. pretende direcionar investimentos para alguns
programas específicos?
Sandra Barbosa – Nosso plano para 2008 visa focar a retenção de pessoas, o
desenvolvimento, a manutenção do clima organizacional, o suporte para
negócio, a formação de lideranças e o lançamento do programa Sistema
Operacional Honeywell. Junto com o time já estamos no plano de ação para
materializar estas ações e mais uma vez darmos o suporte que o negócio
precisa para crescer e conquistar novos negócios, por meio do capital
humano.
RH – Que avaliação a Sra. faz da atual realidade brasileira, no que se
refere à Gestão de Pessoas?
Sandra Barbosa – Estamos vivenciando vários estágios. Há empresas que estão
bem avançadas no que se refere ao tema Gestão de Pessoas, usando inclusive
softwares, ou seja, material de alta tecnologia. Outras empresas não têm RH,
outras estão começando com através do Departamento de Pessoal. Isso, para
nós profissionais de RH, é um vasto campo de aprendizado e crescimento. Os
profissionais precisam conhecer mais do negócio onde atuam para serem
realmente parceiros estratégicos e participarem das discussões da empresa,
agregando valor e não apenas ficarem restritos às suas funções para executar
o que foi determinado.
RH – Em sua opinião, quais são os principais desafios que o profissional de
RH enfrenta no Brasil?
Sandra Barbosa – Como trabalho em uma empresa multinacional, tenho
dificuldades para encontrar, por exemplo, profissionais na área com fluência
em inglês e espanhol. Há profissionais experientes e com boa vivência
profissional. Porém quando falamos em fluência em outro idioma, temos um
grande desafio. É muito importante o profissional de RH cuidar da sua
qualificação e formação para que continuem a agregar valor ao negócio e
serem vistos como parceiros estratégicos.
RH – Quais as suas expectativas para a área no Brasil e na América Latina?
Sandra Barbosa – Fico muito feliz em trabalhar na área de Recursos Humanos,
no Brasil. Hoje, em contato com colegas da minha empresa que atuam em outros
países vejo que temos muita coisa boa por aqui e podemos trocar muitas
informações, ensinar e, ao mesmo tempo, aprendemos. Observo que em várias
empresas a mudança do papel do profissional do RH, e isso vai
intensificar-se nos próximos anos, aumentando a exposição da área mais para
atividades estratégicas, sem deixar que entreguemos o básico das nossas
atribuições.

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